“ Posso tirar uma foto do seu vaso de Kalanachue… e posso posta-la?”
Como se vê, minha esposa Solange, autorizou e não perdi tempo. Obedeço ordens superiores. Temos um acordo tácito, ela não empresta meus livros; não mostro, uma pétala sem a devida autorização. Suas suculentas em início de cultivo, estão lindas; meus livros, anos tentando, mantê-los, são raros e cobiçados. Ou seja: Há compreensão; onde há compreensão, há entendimento; onde há entendimento, há respeito; onde há respeito, há um respirar macio e pode contar com a salutar convivência humana…
Cito este exemplo trivial, familiar e tosco, mas ele se aplica em todos os segmentos da vida em sociedade. Deveria ser ensinado desde o berço: É terminantemente proibido ultrapassar o limite do outro- mesmo com a permissão dele, relute, questione, pondere. Não é não. Limite é limite. Não abuse.
O animal humano de nossos dias, se tornou uma fera perigosa - para ele próprio. Há centenas de anos nossos inimigos era somente os dinossauros, mastodontes e afins, mas os bichões levavam tanta pedrada na fuça, que, ou limpavam o beco ou viravam churras dos nossos vovôs.
Hoje, o “Homem Sapiens”, é todo contraditório. Se diz sábio, mas é o mais idiota e infeliz de toda história humana.
Criou, cidades, reinos, impérios, leis, tecnologia totalmente insonháveis, fina erudição acadêmica…mas não sabe conviver entre si. E não é feliz. Burro e infeliz.
O dinossauro hoje é o seu próprio irmão. É quem torce, para outro time, vota em outro candidato, tem outro tom de pele, veste diferente. O homem dedica ao homem aquela fúria que era dirigida aos predadores ancestrais.
O "bichinho sabido" que arrastamos papo que somos, evolui? Deveria responder, ser Sim, mas é Não. Seu senso, ético, político, moral e teológico se deteriorou, apodreceu.
Chegamos ao tempo em que se diziam: "Teremos um homem no céu e deuses na terra"
Por exemplo. Vide os mais insignificantes atritos pessoais, só terminam hoje na Polícia ou no Fórum.
Venho de um tempo em que se matava para "limpar a honra", ( Tive um parente em uma cidade vizinha, que, quando criança, viu sua irmã ser abusada por um senhor, jurou que a vingaria. Cresceu, rodou o mundo, os anos passaram, voltou e fez o que prometeu) sou contra todo tipo de morte, inclusive esta) Mas, hoje se mata por dinheiro de pinga, uma pedrinha de crack, por um dedo apontado, ou de propósito, quem ultrapassa o sinal fechado.
Não sei se efeito da pandemia, se a busca alucinante pela felicidade no lugar errado, só sei que anda todo mundo por um triz. Próximo de um surto psicótico. Gente faltando um parafuso, (Eu mesmo já perdi mais de um rsrs) gente fula da vida, faca nos dentes, dedo no gatilho. Até sorrir para alguém na rua, ficou perigoso. Discordar, então, já era. Ninguém leva desaforo pra casa. Por isto o fórum anda lotado de papel de processo; a cadeia com superlotação; o hospital, sem leito vago e o cemitério, precisando ser aumentado. A maioria, resultado daquela "briguinha boba". Ninguém cede um palmo de nada para celebrar um acordo pacífico. "É melhor ter razão do que ter paz."
Perdeu-se toda cordialidade no trato, toda afetividade da alma. O que será da futura geração? Cadê os pacificadores dos nossos dias? Cadê os conciliadores? Cadê os pacifistas? Onde está neste mundo uma gota de sangue de Ghandi, Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King?
O que será da futura geração?
Os piores exemplos vem da classe política, de Brasília, de Belo Horizonte, de Patrocínio. O discursos "democartásticos" (Pois democrático não é) Só incendeiam, detonam e explodem o outro. (Não são todos) Por culpa deles, o povo vive com " essa raiva do cão" nas ruas, nos lares, nas escolas, nas empresas, nos bares e, até nas igrejas.
Essa tenho de contar. Soube por uma aluna do IFTM- Campus Patrocínio, que a situação em uma determinada sala de aula havia ficado insustentável. Como se sabe a instituição e bem inclusiva, abriga em sala de aula alunos da classe A, B, C e D. Com isto, ricos, pobres, negros, gays, ateus, cristãos, se veem juntos e misturados, respirando o mesmo ar em poucos metros quadrados.
Ou seja, uma miniatura da sociedade brasileira. Exatamente como os adultos ensinam, criou-se tribos, grupos estanques, cada um na sua. E pior, partiram para agressões veladas e verbais, mútuas. Exatamente como os adultos ensinam. Logo a situação, já tinha status de problema. Como resolver...
O bem intencionado Professor de Filosofia tentou apaziguar; outro, Religioso, fez a sua parte, mas foi uma Professora de Arte que contornou com muito discernimento e tato, o clima pesado e bizarro reinante na sala. (gostaria muito de saber o nome desta Professora) chocoalhou a cumbuca, misturou todo mundo, botou um olhando no olho do outro, falando por que não gostava dele. Falando e ouvindo… Resultado. A aluna que me contou disse que se surpreendeu com a inteligência do menino que não falava com ela. Ele, por sua vez, que achava ela uma “ patricinha metida”, viu que não era. E assim, espíritos foram desarmados e muitos preconceitos foram removidos…
Bem. Saio para minha caminhada. Cada dia o céu está mais azul em Patrocínio.
Em meu itinerário, passo por um bairro onde há um novo poliesportivo, decido caminhar em círculo na pista que contorna o ginásio. Estou sozinho...
Logo na primeira volta, ouvi alarido de vozes, vindo de uma casa amarela. Na segunda volta notei que se tratava de uma discussão. Na terceira, tive a certeza que era um desentendimento feio.
Na quarta volta, soube que alguém estava morando de favores e comendo às custas de alguém naquela casa amarela. Quem falava isto ouvia coisa piores... Ninguém para apaziguar aquilo.
Na quinta volta, vi uma senhora de vestido azul deixar a casa. Ela ainda resmungou algo e se perdeu em meio a uma construção logo adiante.
Entra em cena uma criança descalça de no mínimo 06 anos, tenta seguir a senhora de azul, mas logo a outra protagonista da briga, grita pra ela voltar imediatamente. A que se foi seria irmã do menino? Já que era mãe dele, a que o chamava brava.
Mas logo descobri que era vó do pequeno. Dez minutos depois ela estava de volta. Não adentrou a casa. Passou por mim, a cumprimentei, vi que tinha uma deficiência no olho, algumas rugas e o cabelo bem cuidado. Assentou-se em um banco e por telefone, falava com meio mundo sobre o ocorrido.
A outra também lá dentro da casa ao telefone, dava a versão dela, quem sabe para a mesma lista de contato, pois se não era filha era nora e sogra, era mãe e filha. Muita raiva entre elas..
A senhora de vestido azul, levanta do banco, passa diante da casa da briga, não entra, volta, sobe por outra rua. Quer que alguém venha ao meio dia na casa para resolver o entrevero. Dobra esquina. Agora parece que a briga das duas continua feia, mas por telefone. Uma não deixando a outra falar...
Nisto a criança de 06 anos, aproveita um descuido mãe, sai, acompanhado de uma menininha, de uns 04, ele tenta acalmar a irmãzinha. “ Ela vai voltar” Ele era o que tentava acompanhar a vó, consolando a pituchinha, mesmo precisando de consolo.
Soube demais aquela manhã. Entrei sem querer dentro da história. Gostaria tanto de conciliar, fazer igual a Professora de Artes do IFTM, mas não havia nada que pudesse fazer para reatar aqueles laços, que pelo que notei, foram se desfazendo no calor da briga..
Até então a história tinha quatro personagens. Duas briguentas e duas crianças.
Quando estou saindo, ouvi um jovem, com uma mochila nas costas, aparência bem largada, chamar o menino. Este atravessou a rua e foi ter com ele. A mãe não viu a cena. Acredito- e quero acreditar mesmo- que esse quarto personagem, seja uma presença boa na vida do pequeno.
Kalanchoe- “ a flor da fortuna” tem origem africana e as folhas são muito resistentes ao calor, além disso, a flor suporta a escassez de água…Pensei: O menino haverá de florescer.
…A mãe continuou brigando. Estresse, desrespeito e loucura. O mundo se encheu de cenas assim…
Luiz Antônio Costa
A Biblioteca Pública Municipal “Idalides Paulina de Souza”, em novo local foi inaugurada na sexta-feira (30). Fica no prédio que pertence a União Operária, na Rua Leôncio Batista Cunha, 939, Marciano Brandão, próximo ao estádio Júlio Aguiar.
No site da Prefeitura, a administração coloca termos como “nova Biblioteca Pública Municipal” e prédio “antigo União Operária”. É bom salientar que a biblioteca está utilizando o prédio provisoriamente e que ele ainda pertence à União Operária.
É bom dizer que, no momento, é o melhor que se pode dar ao usuário da Biblioteca Pública Municipal, mas ainda no governo Deiró Marra deve se encontrar a solução definitiva e adequada para atender à instituição e devolver o prédio da União Operária.
A única a lembrar do fato — que a biblioteca está utilizando o prédio provisoriamente — na inauguração foi a secretária de Cultura e Turismo, Eliane Nunes, que ressaltou que a mudança é transitória, “mas no momento é o melhor lugar para acolher a toda comunidade”, disse. A comodidade que a Biblioteca proporciona também foi um ponto abordado por ela.
O prefeito Deiró Marra disse na cerimônia que inaugurou uma casa do saber, da cultura, “isso para mim é tudo. Eu sou apaixonado pela educação, muitos sabem que fui professor universitário e do carinho que eu tenho por essa área. Temos a certeza que estamos no caminho certo”, afirmou.
O secretário de Educação, Emerson Caixeta, destacou que “a escolha do local foi muito inteligente, dando oportunidade para mais pessoas fazerem leitura devido a sua amplitude. Além disso, proporciona uma leitura externa no CEU das Artes”.
Agora é torcer para o bom uso do espaço e procurar o mais rápido possível o local definitivo para a Biblioteca, que deverá ser o antigo mercado municipal. Como diz o texto do site da Prefeitura. “o Governo Municipal não mede esforços em garantir que a Biblioteca Pública seja um lugar para a comunidade se encontrar, trocar informações, saciar curiosidades, ampliar conhecimentos, instruir-se, ler livremente, recrear-se e criar. A Biblioteca Pública é um patrimônio da população patrocinense”. Que assim seja.
Foto: acervo|Cezar Félix | revista Sagarana
Praça da Matriz nos tempos citados na crônica
História. A de (nossa) Patrocínio continua sendo explorada e conhecida. Fatos inéditos são revelados pelo livro “A Província de Minas Gerais” (de Halfeld, Tschudi e Wagner). O desconhecido período para os patrocinenses refere-se de 1855 a 1860. É interessante conhecê-lo.
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Nas vitórias sempre junto, nas derrotas sempre apoiando e cobrando: todo time precisa de uma torcida assim!
Fotos: Alair Constantino | Dono do Apito
Por Luiz Antônio Costa