Poisé, amigo! Corre à boca pequena que você pretende se candidatar ao cargo de vereador. Há, está mirando é a prefeitura? Aguenta a mão aí, não se filie a nenhum partido, antes de ler( ouvir) o que tenho para lhe dizer, nesta releitura. Afinal, você já conta com o meu voto como tento certo. Né bem assim, não. Devegar com o andor…
Seguinte…vamos rachar um cafezinho ali na Cafeteria Dulcerrado, mas já adianto, vou falar olhando nos seus olhos. Tenha maturidade para ouvir. Ao final dessa prosa, entre na vida pública de cabeça erguida e determinação férrea, ou deixe pra quem realmente tenha vocação.
As eleições municipais é uma ebulição que se inicia quatro anos antes do pleito e continua quatro anos depois dele. Ou seja, a temperatura nunca se arrefece.
Digamos que ela é a eleição mais importante. E por ser próxima do eleitor é, também a que bota fogo na fundanga. Nela o eleitorado, pira. É o pleito que realmente mexe com as emoções, com os nervos, com a paciência e com a razão das pessoas. O arraial fica em pé de guerra.
Quer mais um agravante, amigo? Se nos antanhos tempos dos coronéis, do voto em cédula, do voto de cabresto, do voto de curral eleitoral, tinha os folhetos anônimos que jorravam pelas ruas na calada da noite, imagina agora as fake news, na era das mídias sociais. É claro, são vereadores e prefeitos que pagam o pato. Seguram a bucha. São para-raios de deputados, senadores, governadores e presidentes. Eles estão lá em cima.
Aqui e ali, vão chamar você de ladrão. Sendo que você nunca roubou uma agulha na vida; vão lhe chamar de corrupto, sendo que seu maior tesouro é uma vida limpa e honrada…É a nova opinião pública, meu caro. Com razão, algumas vezes; sem razão, outras. Eles, no entanto, são imprescindíveis para testar e reforçar suas convicções. Se você sabe o que está fazendo, nada a temer.
E você, diante deste pequeno cenário que pintei acima, ainda pretende se candidatar a vereador. (Ou a prefeito)
Se, sim. Vamos pedir mais dois cafezinhos. Vou pegar mais pesado , agora…
Preliminarmente, antes de você decidir a se candidatar, conte mil vezes até mil. Pense e repense. E ainda respire fundo. Consulte familiares, amigos próximos, gato, cachorro, papagaio, certifique o peso de sua decisão.
Entrando na política, a partir da campanha, você passará a ser aquele mosquitinho numa parede branca. Como venho dizendo, todos os seus movimentos serão públicos e julgados friamente. Sobretudo, por quem nem lhe conhece. Na campanha ou no decorrer do mandato, gente que não “come pão com você”, nem foi seu eleitor, vai até dizer que voce não vale o que o gato enterra. Meu caro, o jogo é duro, tenso, desleal, ingrato e injusto. O maioria ainda é despolitizada, não sabem onde descarregar a ira. Sofrem de cansaço cívico. Culpa dos maus políticos. Por conta deles a política no imaginário popular está ligada, atrelada a termos como corrupção, montanha de dinheiro e vida regalada.
Espero que você já saiba o preço alto que se paga. Dizia Raulzito, “Mamãe, não quero se prefeito ( ‘vereador’) pode ser que eu seja eleito e alguém pode querer me assassinar” Pode ser exagero do “maluco beleza”, mas, considere, filiou-se a um partido político, terá gratuitamente,“amigos” e "inimigos". É Céu e inferno. Em um determinado momento você fica bem na fita, no outro, execução sumária. Assassinam a sua reputação, para sempre e por nada, viu?
Sei que não é o seu caso. Mas deve-se deixar a visão romântica de lado na política: "A política é uma guerra sem derramamento de sangue; a guerra uma política com derramamento de sangue." (Mao Tse-Tung). Traduzindo no popularesco, em política: “O bicho pega, pacato cidadão!.”
Você já assistiu a uma reunião da Casa de Leis Rangeliana? Hoje é transmitida onli-nemente. Normalmente sessões de pautas tranquilas, mas tem outras que a OMS deveria proibi-las para cardíacos. Não generalizando, mas tem vereador que incorpora um “espírito de ferrenho defensor do povo” e joga que joga, para a plateia. Fica feio e ele não se toca.
Em geral, péssimos oradores, mas com palavras de fogo, perde-se a linha. Dane- se o decoro. Acham que estão arrazando. Ataca a reputação de seus próprios colegas. Fala o que não deve, escuta o que não quer. Ao invés de discutirem projetos, atacam vidas particulares dos colegas. Há que se dizer que tem vereadores excelentes e que merecem a reeleição no próximo pleito. E aqui, também preciso reconhecer que o atual Presidente da Câmara, Leandro Caixeta, tem pulso firme, e faz cumprir o regimento da casa, mantendo a ordem e o respeito, nas vezes em que o tempo fecha.
Se você, meu amigo, sendo eleito, com a desculpa de ser “ intransigente defensor do povo”, e começar com discursinhos irônicos, piripaques olhando para câmera, shows macabros na tribuna...quero distância de você.
Ou…De onde nasceu essa ideia de se candidatar?
Recebeu um convite de algum partido? Tem certeza de que eles não querem é somente usar e abusar da sua influência? do seu rico círculo de amizade? do seu bom nome na comuna? Está certo de que não querem você apenas como um burro de carga? Se você perder a eleição, pode não ver mais nenhum deles na sua frente; se você vencer, no entanto, podem te atazanar dia e noite querendo favores e cargos.
Vem cá, você vai se candidatar por que a política está no seu sangue? Teve gente de sua família nesse meio? Não é pelo salário, (ou, é?) Não é por status, ( ou, é?) Não é por que fala bem em público, (ou, é?)
Ou é por vocação, tipo nasci para isto: “Nasci para Servir meu Povo na Vida Pública”
Falando na expressão “servo do povo”, a gente é brazuca do pé rachado. Aqui os poderes são onerosos, esmagadores.
(Charge: pt.aleteia.org. Viralizada na internet)
Vide corte de Brasília, fora o gordo salário de R$ 33.000,00, penduricalhos. Como auxílio moradia, auxílio palitó, verbas de gabinete e muito mais. Chegam a ganhar 34 vezes mais do que um trabalhador que recebe o salário mínimo. É legal? É. Mas, nem é imoral. É nabalesco!
Sou apaixonado pela expressão “Líder Servidor”. Políticos não devem ser tratados, como “autoridades”, mas, como trabalhadores do povo.
Quer um exemplo? Suécia. Lá os políticos ganham pouco, andam de ônibus, cozinham sua própria comida, lavam e passam suas roupas e são tratados, com muito respeito, por “você”.
A prosa se alonga, vamos pedir um tal “ brunch” para forrar o estômago? Olha aí no cardápio QR Code . O trem aqui na Dulce, é chic, bem…
… Mas então, você vai mesmo se candidatar?
Bom. Neste caso a conversa é bem outra. Barriga para dentro, peito para fora, olhar no horizonte. Segure firme o rojão e mete bronca! manda brasa!
Aguarde a legislação eleitoral, no tempo certo solte a sua campanha na rua- digo na redes sociais. Considere que quase todo mundo tem acesso hoje a este novo palanque eleitoral- digo, digital. Outro conselho. Muitos acham que é uma terra sem lei. Cuidado. Vai com tudo no pote, não. É tudo por m triz. Pensa que vai lacrar, bombar e se dá muito mal. “Deus perdoa, a internet, não”. Novos tempos , novos adágios.
Não sou consultor de candidatura, muito menos marqueteiro, ou coisa do gênero. Mas tenho alguns janeiros e anos de janela nesse métier. Posso falar e você não precisa me ouvi:
Tenha uma bussola moral, inabalável. Tenha princípios éticos e moral, firmes. Tenha valores de berço. Tenha plena consciência de sua missão de servir!
A bem da verdade, no meio político, deveria ser ocupado por cidadão de conduta irretocável, sobretudo, líder com retidão de caráter, servidor público que honra e dignifica o cargo e, jamais este ser maquiavélico, corrupto e velhaco que se beneficia particularmente e pessoalmente do cargo, que é público.
Por isto o cansaço cívico é geral, lamentavelmente, em todas as esferas, ninguém confia em político. Nunca me esqueci. Li um recorte do Globo, no qual um leitor
(ou eleitor) comentando a situação, resumiu: “Mataram pra sempre a nossa crença em político” A condição da classe política, portanto, é aviltante. Calamitosa. Precisamos mudar isto.
Foto: Sabine van Erp | Pixabay
Censo. Os números pesquisados em 2022 continuam sendo revelados pelo IBGE. Agora, chegou a vez da Pirâmide Etária e do Sexo. No que se refere a Patrocínio, há excepcionais indicadores. Como está a longevidade no Município. Tem mais homem ou mulher? Qual a faixa de idade que predomina na população patrocinense? Quantas crianças brincando na cidade e na zona rural? Enfim, um retrato atual dos quase 90.000 habitantes sempre é bom saber. Esta análise é totalmente exclusiva.
PATROCÍNIO NA CONTRAMÃO DO BRASIL – No País, existem a mais 6,0 milhões de mulheres. Está “sobrando” mulher, felizmente. Exceto, em Patrocínio, que tem 380 homens a mais. Precisamente, 45.103 homens versus 44.723 mulheres. Isso no geral da população. Pois, se observar por faixas de idade, em algumas dominam as mulheres.
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QUEM MANDA NA “MELHOR IDADE” – Acima de 55 anos de idade, os homens perdem para as mulheres. São 10.193 mulheres contra 9.239 homens. Ou seja, são quase 1.000 mulheres a mais entre a turma dos cabelos (naturais) prateados.
ESTATÍSTICA É VERDADEIRA: MULHER VIVE MAIS – Em todas as faixas etárias de 55 a 59 anos, 60 a 64 anos, 65 a 69 anos, e assim por diante, as mulheres são líderes. Ou seja, tem maior número em Patrocínio. Por exemplo, entre 70 e 74 anos, são 1.154 pessoas que têm barba e 1.317 que usam batom. De 80 a 84 anos de idade, são 622 mulheres e somente 474 homens.
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QUE BELEZA! A TURMA SECULAR – Mais de 300 pessoas com mais de 90 anos vivem em Patrocínio. Graças a Deus, desafiam o tempo. Na faixa de 90 a 94 anos, as mulheres dão um show de vida. São 152 mulheres e 84 homens. Isso dá para demonstrar a vitalidade feminina.
DEZ SUPER-HOMENS E MULHERES-MARAVILHA – Com mais de cem anos, a supremacia segue com a turma feminina: são seis. E quatro homens. Essa turma nasceu na época que o prefeito era chamado de Agente Executivo, da inauguração da “Maria Fumaça” (trem movido à lenha), em 1918, e de quando o jornal “Cidade do Patrocínio” (do cel. Honorato Borges) dominava a opinião pública na urbe, formada só de ruas de terra/poeira e muitas árvores.
QUAL A IDADE MAIS POPULOSA? – Entre os homens, que são a maioria geral em PTC, a faixa etária que tem mais pessoas é entre 25 e 29 anos. São 3.772 cidadãos. E entre as mulheres, a maioria se encontra na faixa de 30 a 34 anos. São 3.562 cidadãs. Na faixa de 35 a 44 anos, há também muita mulher, ou seja, são quase 7.000. “Chove” homem é quando são consideradas as faixas de 20 a 44 anos de idade. Deve ser devido a força de trabalho, sobretudo, no campo.
COMO NASCE MENINO EM PATROCÍNIO! – Considerando de 0 (zero) a 9 (nove) anos, o Censo registrou 5.820 meninos e 5.516 meninas. Isto é, praticamente 300 meninos a mais. Então, hoje, são quase 11.500 crianças, que marcarão o futuro dessa nação chamada de Patrocínio.
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ENVELHECIMENTO POPULACIONAL – O total de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil chega a quase 11% da população (em 2010, era 7,4%). O índice de envelhecimento brasileiro está em 55,2%. Ou seja, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, há 55,2 idosos. Em Minas Gerais, há 68 idosos para 100 crianças de 0 a 14 anos de idade. Araxá, tem menos (58 idosos). Patos de Minas é uma cidade melhor para a gente de mais de 65 anos. Lá, há 70 idosos para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos. Patrocínio está empatada com Uberlândia (56 idosos). Monte Carmelo e Uberaba, por exemplo, estão à frente. Carmo do Paranaíba dá um “baile” em favor dos idosos (são 89 idosos para 100 crianças). Por que será? A primeira causa é a redução de fecundidade/nascimento. A segunda é devido a melhoria da saúde, sobretudo oriunda de ações do Estado. Mas, têm mais causas.
RECORDANDO UM POUCO – A população de Patrocínio está crescendo desde 1970, quando era de 35.578 habitantes. Em 2022, já são 89.826 cidadãos registrados pelo Censo. Não é o número que os ufanistas e ingênuos esperavam. Mas, foi o melhor para uma Patrocínio mais desenvolvida. A densidade demográfica apurada é de 31 pessoas, em média, por km² (exatamente 31,25). O que é compatível com os grandes municípios da região e de Minas. Nessa microrregião (de Patrocínio) a densidade patrocinense é a maior.
ASSIM... – Patrocínio necessita conhecer bem (tecnicamente) o Censo. As boas políticas públicas nascem aí (tamanho populacional, quem mais precisa, setores debilitados, etc.). Geralmente, políticos não gostam de políticas públicas, pois elas não produzem efeitos imediatos. Com paciência, sigamos.
ENCANTAMENTOS. FOI ASSIM:
30/09/23 na presença ilustre e sob os olhares atentos de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade( que fazia 121 aninhos no dia. Poetas são eternas crianças) Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Adélia Prado... e mais 60.000 outros autores na platéia , ocorreu o lançamento do livro “ Encantamentos Veganos” de autoria de Leila Maria dos Reis.
A noite de encantamentos, portanto se deu na “ Casa dos Autores” ou “ Palácio dos Livros” também conhecida como “Biblioteca Pública Municipal”
Noite mágica. Ninguém me contou. Eu estava lá. Foi assim: Entrei no sagrado recinto, literalmente abraçado com o nosso mentor e mestre Joaquim Machado. Ainda ria de alguma piada dele, quando fomos efusivamente recebidos por Edilamar Arvelos e Débora Gertrudes. As guardiãs dos nossos tesouros literários. Gente, como estas duas sabem fazer as honras daquela casa!.
Logo veio a autora, a dona da noite. Num vestido floral longo, me deu um abraço comprido. E assim foi recepcionando todos. Me pareceu que delirava de felicidade.
E a sempre toda sorriso, Angela Arvelos, apareceu.
Ela nem sabe o quanto, seu alto astral ajuda, pois não consigo olhar pra ela sem me lembrar na hora do Marlenísio Ferreira.
Converso com o Eduardo Cunha, fico sabendo que hoje faz parte SAB- Sociedade Amigos da Biblioteca, e se forma em psicologia. Eis um jovem que bebe na fonte da psicologia, filosofia e poesia…
Quando de repente, ela, bem ali em nossa frente: Secretária Municipal de Cultura, Eliane Nunes. De cara já nota seu bom gosto ao se vestir. Não tem como não reparar em todas as ocasiões. Até na elegância, ela representa muito bem a cultura da nossa cidade. O laranja tom sobre tom, por ela escolhido naquela noite, falava de entusiasmo, alegria e criatividade. Ela honra seu cargo nos detalhes. Vestir-se bem é um deles.
Distribuindo simpatia, quase ninguém percebia que ela usava uma torturante bota ortopédica. Tentou me explicar que entrava apressada na sede da secretaria, quando tropeçou em um relevo e com a queda fraturou o pé. Mesmo com o pé fraturado foi lá encerrar o seminário de cultura. Aliás, não parou por conta do acidente. Não se pode acusa-la de nada, mas que não se dedica ao máximo no cargo, não se pode falar mesmo. Há muitos e muitos pratos na cultura. Haja pique, haja fôlego, haja energia, haja saúde. Mal finda o forte expediente diário, tem longos eventos culturais na noite. Ela é presença viva e atuante em tudo. Não deixa nenhum prato cair.
Lá estava, a solícita , Karina Rubia e sua pequena Maria Luiza( Não deu tempo de ver se tem olhinhos cor de cidra ou pedacinho de topázio) KR, foi a principal responsável pelo evento, ela, com a sua credibilidade, que fez a conexão, a ponte, entre a Secretaria de Cultura em Patrocínio e a Leila, em Uberaba.
Me chega atrasadas, (mas a tempo de rirem de meu desengonçamento na dança. Vergonha alheia), Maria Aparecida Palucci e EliAne Lima. Cidinha, transborda, eslumbra, e transpira cultura. Conversa através das mãos. Fala com o coração. Sua humildade e simpatia é um evento. Eliane Lima você não a encontra sem um projeto em mente. Seja em Teófilo Otone, Patrocínio, São Matheus, Belo Horizonte, Uberaba, ou Patrocinio. Nunca será vista sem uma, tiradinha, ou uma crônica em seu estilo haicai de ser.
O show que a Edilamar e a Débora fazem com teatro de bonecos, vale qualquer ingresso. E foi di grátis. Muito educativo, alusivo, sem perder o humor.
O gentil rapaz de cavanhaquinho que tira os nossos retratos, filma nós, aqui e ali, se não for filho do Joel de Carvalho, é pai dele.
De modo algum o evento não poderia se encerrar sem me dirigir ao Prof. de música do Conservatório, Edson Rodrigues de Sá Júnior. O que foi aquilo!Sua apresentação na Câmara Municipal de Patrocínio, por ocasião do evento “ Mérito Empresarial”, foi impactante, quebrou tudo. Bicho do céu! “Avôhai” de Zé Ramalho e um blues pauleira na gaita, pedem bis. Talento este que precisa ser mais requisitado. Uma coisa ficou confirmada. Patrocínio vive uma safra de músicos com níveis de excelência, né Maria Leite? (Não me lembro o nome da dupla que interpretou “ Amor de Índio” no lançamento do encantamentos. Cantaram e encantaram.
Leila, a protagonista da noite, é chamada para falar. Ela se sente em casa. Amigos novos e antigos estão em circulo em volta dela. A “ Cunhã Potira” é paciente com minha ignorância, com minha falta de evolução.
A casa de Machado de Assis, Carlos Drummond… decorada com mandalas, com quitutes Veganos convidativos sobre as mesas, agora é sua aldeia. Ela da aula. Domina o tema de seu livro. Fala com paixão e compaixão entranhável, sobre a arte culinária vegana. Seu estilo de vida, sem crueldade animal, gera encantamentos, arranca aplausos.
Tinha mais. A Terapeuta e Coach de Desenvolvimento Pessoal, Mirian Menezes, foi chamada. Sabe aquela pessoa que domina o assunto, tanto quanto, a Leila domina o seu.
Um momento de conhecimento, ancestralidade, e busca de harmonia interior… Até que apareceu uma dança chamada de “ Dança Circular”. Vamos entender bem. Ver a Prof. Mirian, bailando com tanta leveza e cadenciados movimentos, é envolvente, espetacular…
Mas aí ela teve a ideia de envolver a turma. Era pra gente dançar igual a ela. Só ouvi o Joaquim Machado , cochichando no meu ouvido: “Eu tô fora”, “também já estou lá na esquina”. Respondi. Alguns deitaram o cabelo.
Mas o pessoal estava de olho colado na gente. Eliane Nunes, saiu mancando, pegou no braço do Quim Machado: “Volta aqui So Joaquim!”. Nem vendo a Eliane com o pé fraturado e o Joaquim com mais de oitenta aceitarem o desafio, eu tentei vazar. Mas aí a Angela Arvelos me garantiu, me bancou, eu fui na valsa. “É fácil” Quando falava pra ir pra direita eu ia pra esquerda. Acho até que pisei no pé Angela algumas vezes, e aqui vai meu pedido de desculpas. Rsrs.
No entanto, a sensação final foi de leveza, empatia, conectividade e comunhão com o grupo.
Enquanto a Bendita, Leila autografa seu livro, o papo familiar foi com o Ilson, esposo da autora, ele, originário também da Artur Botelho, tal qual a Leila e eu, entre uma foto e outra que ele tirava, foi me deixando a par da família. O irmão Luiz dos Reis, o filho Rafael, o filho Caio Silva, a netinha Cecília e Aurora.
Ai, fez a grande revelação da noite: Gael, um curumim está a caminho para ampliar a família.
É, justamente ao Curumim Gael, as últimas palavras desta crônica:
Gael, no dia 30 de Outubro de 2023, abrindo as celebrações da Semana do Livro e as comemorações dos 84 anos do “ Palácio da Literatura” em Patrocínio, Vovó, apresentou seu livro em noite de autógrafos. Ela foi…show! Tenha o maior orgulho dela.
E o olho do seu Vovô, brilhou ao falar de voce no meio do evento. Nos desculpe, por não deixar um mundo dos sonhos pra voce. Deixamos muito a desejar… Olhe, brinque muito, sorria demais, respeite outras vidas, ajude sempre o vivente do seu lado, assuma seu legado de luta. Vovó e Vovô, Papai e Mamãe, lutaram para deixar um Planeta melhor para a sua geração. Não deu mais nada está perdido.
A sua chegada, confirma que Deus ainda acredita na humanidade. Tem caminho novo. O Livro “ Encantamentos Veganos”, é um exemplo e foi considerado, não um mero livro, mas um filho na família. No mais, arrebenta com o mal. Quebra tudo, Curumim, semente do amanhã!
Crédito: Myriams-Fotos | Pixabay
Quando examinamos a educação superior em particular, nossa situação se mostra ainda mais extremada: de cada quatro matrículas, três são em instituições privadas, proporção que nos coloca entre os seis países mais privatizados do mundo em um conjunto de cerca de 160 países. É necessário observar que esta situação não está apenas muito distante da média mundial, mas também do que se observa nos países de economia liberal. Por exemplo, nos EUA, a situação é a inversa da nossa: lá, de cada quatro matrículas na educação superior, três são em instituições públicas.
Entre os países com taxas de privatização na educação superior abaixo dos 5% estão Cuba, Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Mauritânia, Síria, Tajiquistão e Uzbequistão, mostrando que a forte presença do setor público é uma característica encontrada em países política, cultural, geográfica e economicamente bastante diversos.
Países europeus apresentam taxas de privatização do ensino superior tipicamente abaixo ou muito abaixo daquela dos EUA. Na América do Sul, com exceção do Chile, todos os demais países têm taxas de privatização menores do que a brasileira, sendo o Uruguai, com cerca de 15%, o menos privatizado, segundo dados divulgados pela Unesco.
A privatização na educação superior não é uniforme nos diversos estados brasileiros, tendo São Paulo taxas de privatização bem superior às dos demais estados, qualquer que seja o critério usado para defini-la. Adotando como indicador de privatização a distribuição dos estudantes pelas diferentes instituições, vemos que em São Paulo apenas 15% das matrículas em cursos presenciais estão em instituições públicas, contra 25% na média dos demais estados.
Quando comparamos a oferta de vagas de ingresso na educação superior pública com a quantidade de concluintes do ensino médio, novamente São Paulo destoa, e muito, dos demais estados. Em São Paulo há apenas uma vaga de ingresso em universidade pública para mais do que dez concluintes do ensino médio; nos demais estados essa relação é de uma vaga para cada 3,7 concluintes. Se considerarmos todos os tipos de instituições e de cursos pós-médio, em São Paulo há 5,2 formados para cada vaga contra 3,0 nos demais estados.
É importante observar que essa alta relação entre o número de formados no ensino médio e o número de vagas de ingresso disponíveis no setor público não se deve ao fato de que em São Paulo a taxa de conclusão do ensino médio seria muito mais alta do que nos demais estados, pois a exclusão dos estudantes é muito grande em todo o país. Atualmente, cerca de um terço dos jovens abandona a escola antes de completar o ensino médio, tanto em São Paulo como na média nacional. A diferença da taxa de conclusão em São Paulo e nos demais estados é muito inferior às enormes diferenças entre formados no ensino médio e vagas públicas disponíveis.
Se adotarmos como indicador da privatização as populações dos estados, novamente São Paulo é recordista: por aqui, temos uma matrícula em universidade pública para cada conjunto de mais do que 210 habitantes, relação duas vezes maior do que se observa nos demais estados. Se considerarmos todos os tipos de cursos superiores – faculdades, centros universitários, institutos federais e cursos de curta duração (como os de formação de tecnólogos) – a relação seria de quase 150 habitantes por matrícula em São Paulo em comparação com 93 nos demais estados.
A educação brasileira sempre foi muito ruim, mesmo quando comparada com os países da América do Sul. No quesito alfabetização de adultos (25 anos ou mais), apenas a Guiana apresenta uma taxa inferior à nossa. Nossos indicadores de inclusão na educação superior, incluindo as matrículas nas instituições privadas, estão muito aquém daqueles da Argentina, Chile e Uruguai, colocando-nos no grupo de países com menores taxas de matrículas. Em raríssimos países a privatização atinge a proporção vista no Brasil e talvez em nenhum país ela seja tão alta como no estado de São Paulo.
O fato de São Paulo ter uma taxa de privatização do ensino superior bem maior do que os demais estados mostra que o argumento de que o setor privado atua em complementação ao setor público, dada a insuficiência de recursos deste último, não condiz com o que se observa. Caso isso fosse correto, a privatização seria maior nos demais estados, não naquele com maior renda e geração de impostos per capita. O fato parece ser mais condizente com a hipótese de que onde a população tem maior renda, o estado se ausenta para abrir espaço para o setor privado.
Essa situação paulista e também brasileira é um dos frutos da privatização e do subinvestimento em educação pública no Brasil e no estado de São Paulo e um projeto político, social e ideológico. Ela não é apenas resultado de ações de um ou outro governo, mas é parte de um projeto de longo prazo, construído ao longo de décadas.
Educação é fundamental para a emancipação das pessoas e para o entendimento do mundo, para o crescimento econômico e o desenvolvimento social e cultural de um país, para o enfrentamento das desigualdades econômicas entre pessoas e regiões e para a garantia da soberania nacional. Por essas razões, entre outras também importantes, a educação é basicamente ou quase exclusivamente pública na maioria dos países, e não uma mercadoria cujo acesso dependa do poder aquisitivo e da motivação das pessoas.
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